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Afterschool

O ensino doméstico em Portugal tem vindo crescido nos últimos anos, em especial desde as dificuldades, perdas e frustrações que a pandemia nos deixou. Apesar de muitos terem seguido o caminho do ensino doméstico num tempo em que sentiram a dor, a ansiedade, o stress e a pressão da “escola em casa” durante esses tempos sombrios, a verdade é que muitos se sentiram totalmente esgotados e diria até, derrutados.

Existem diversas razões pelas quais algumas famílias, querendo ou não, não têm condições de ‘libertar’ os seus filhos do sistema educativo que temos em Portugal. Há quem sofra em silêncio com a angústia de nunca ter podido continuar a sua educação para hoje poder ter um pedaço de papel para que o governo dê o amén na sua decisão para a educação dos seus filhos. Ou quem simplesmente não tenha possibilidades financeiras para poder pagar uma umbrella school, nem tenha com quem deixar os filhos, quer sejam pais solteiros ou ambos a trabalhar para que o essencial não falte.

Por onde fica quem não consegue o ED?

 A verdade é que no meio de tanta conversa sobre o ensino doméstico e ensino individual essas famílias ficam para trás. Aqueles que vivem mais isolados, aqueles que não têm acesso nem a uma biblioteca por perto, meios de socialização, amigos ou familiares.  Existem imensas famílias que podiam, gostavam, ou até sonhavam, mas não podem. Outras, talvez nem sonhem, e muitos talvez se revoltem e até experimentem o ensino individual para rapidamente se arrependerem ou se sentirem derrotados com as inúmeras dificuldades que muitos passam no primeiro ano em casa (não desista! a OYE oferece-lhe tudo o que precisa para conseguir!)

Não é perfeito, nem de longe nos afasta de problemas que na escola tradicional existem. Mas oferece um ponto de luz, uma esperança acesa que talvez seja o que muitos necessitam sem saber que existe. No entanto, logo que esta caminho seja escolhido, não significa que as dúvidas e dificuldades sejam inexistentes. No início, poderá deparar-se com perguntas tão parecidas quanto as de quem acaba de iniciar o ensino doméstico.

Sobretudo nos dias de hoje, em que a informação nos bombardeia de todas as direções… Muitas perguntas surgem, quase sempre sem uma resposta concreta.

  • Por onde começar?
  • Como começar?
  • Qual é a melhor forma de enriquecer a aprendizagem e infância dos meus filhos?
  • Como posso ajudá-los quando eu próprio não tenho a certeza de como podem seguir os seus interesses?
  • Ou como ajudar a desenvolver capacidades importantes como o pensamento crítico e capacidade de expressão oral? E se estiver a exigir demasiado?
  • E se perder a janela de oportunidade para uma aprendizagem eficaz?

Em resposta a perguntas como estas, decidimos escrever este artigo para orientar os pais que estão determinados a assumir a liderança na educação dos seus filhos, mas que se sentem sobrecarregados e perdidos. O nosso objetivo é ajudar cada família a descobrir o seu perfil único, a identificar as competências intelectuais e de carácter que os filhos precisam ou que desejem desenvolver, e concentrar-se nesses aspetos. 

Que alternativas existem?

Afterschool

Não é perfeito, nem de longe nos afasta de problemas que na escola tradicional existem. Mas oferece um ponto de luz, uma esperança acesa que talvez seja o que muitos necessitam sem saber que existe. No entanto, logo que esta caminho seja escolhido, não significa que as dúvidas e dificuldades sejam inexistentes. No início, poderá deparar-se com perguntas tão parecidas quanto as de quem acaba de iniciar o ensino doméstico.

Origem do Afterschool

O termo “after-school”, de origem inglesa, significa literalmente “depois da escola”. Começou a ser utilizado mais especificamente no final da década de 1880, quando algumas organizações americanas começaram a criar programas de reforço académico e atividades extracurriculares para complementar o que as escolas não podiam oferecer durante o horário normal ou para responder a desafios académicos específicos enfrentados pelas crianças.

Na verdade, esses programas já tinham sido iniciados mesmo antes de o termo “afterschool” se ter tornado comum – sobretudo por indivíduos e igrejas em diferentes países que pretendiam ajudar crianças em risco ou aquelas que transitavam do trabalho infantil para a educação formal.

Com o tempo, esses programas tornaram-se mais organizados, concentrando-se em complementar a educação tradicional. Por outras palavras, abordavam matérias e aspetos que as escolas não podiam cobrir durante o horário regular.

O que é que os pais podem fazer de tão importante?

Para compreender melhor este aspeto, é necessário começar por compreender a diferença entre três tipos de educação: EDUCAÇÃO FORMAL, EDUCAÇÃO INFORMAL e EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL.

Estes termos surgiram nos anos 60, no contexto anglo-saxónico, quando o sistema escolar entrou em colapso de tal forma que as organizações não governamentais começaram a procurar uma solução para melhorar ou ajudar de alguma forma a educação. Embora existam diferentes visões sobre o significado específico de cada tipo de educação, em geral, elas são organizadas da seguinte forma:

INFORMAL: Ocorre sempre que alguém aprende algo de forma espontânea. Quando você ensina seu filho a contar o troco na padaria, quando ensina sobre honestidade numa conversa, ou quando alguém descobre o que é uma bétula lendo um livro.

NÃO-FORMAL: Refere-se a qualquer iniciativa de ensino que tenha objetivos de aprendizagem, sequência e método organizados, mas que não faça parte do programa de ensino formal. Inclui atividades como aulas de catequese numa igreja ou cursos extracurriculares.

FORMAL: Este tipo de ensino tem uma estrutura definida relativamente aos conhecimentos e competências básicas de que uma pessoa necessita. Está organizado em ciclos ou graus e inclui avaliações para verificar a aprendizagem. Essencialmente, é o ensino regular – o processo que vai desde a escola primária até à universidade.

Assim, para começar a planear o seu projeto de ensino pós-escolar, organizei alguns tópicos de formação, alinhando-os com estes níveis, para o ajudar a pensar: em qual destes níveis posso trabalhar hoje?

Por que etapa iniciar?

Se está apenas agora a se envolver mais ativamente na vida educativa dos seus filhos, talvez o primeiro passo seja trabalhar no nível mais básico – a educação informal. Mesmo nesta área, pode trabalhar intencionalmente em aspetos fundamentais da educação das crianças, considerando o que elas precisam em cada fase em termos de saúde e desenvolvimento, identidade e emoções, fé e devoção.

Por exemplo, uma criança dos 0 aos 3 anos está a aprender a andar, a falar e a compreender o mundo que a rodeia. Uma criança de 4 a 5 anos precisa de aprender hábitos de higiene específicos. Uma criança dos 6 aos 10 anos precisa de ser ensinada a lidar com as emoções, e assim por diante. Se se sentir mais confiante e já estiver a trabalhar nas bases da educação informal, pode começar a concentrar-se nos aspetos da educação não formal. Aqui, o seu foco passa a ser o desenvolvimento de competências necessárias que podem não ser abrangidas na escola: desenvolvimento da linguagem, competências cognitivas, conhecimentos gerais, educação do carácter, virtudes e competências físico-motoras.

Por exemplo, uma criança de 4 a 5 anos está na fase da consciência fonémica ou das competências de pré-alfabetização;                                          uma criança/adolescente de 11 a 14 anos precisa de consolidar a sua fluência na leitura, as suas capacidades de planeamento e de raciocínio, enquanto que, dos 15 aos 17 anos, torna-se importante aperfeiçoar as capacidades de argumentação lógica e de resolução de problemas.

E depois dos primeiros dois níveis, o que se segue?

Uma vez que os pais dominem bem estes dois níveis, é possível começar a trabalhar no terceiro nível, que envolve as matérias académicas da educação formal propriamente dita. Aqui, não significa necessariamente assumir a responsabilidade de ensinar (ou contratar professores específicos), mas sim ter um conhecimento do conteúdo e das competências que as crianças precisam em cada nível de ensino, para compreender melhor o trabalho que a escola está a fazer. 

A educação formal envolve o ensino de disciplinas como Artes da Linguagem (Fonética, Gramática, Sintaxe), Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, etc.), Ciências Naturais (Biologia, Química, etc.), Geografia (Geografia Física e Humana), História, Artes, Língua Estrangeira e Educação Física. Naturalmente, quando os pais tiverem trabalhado os aspetos dos níveis anteriores e existir um bom domínio das disciplinas académicas, alguns podem considerar a criação de um plano educativo oficial para se encarregarem oficialmente da educação formal – sob a forma daquilo a que chamamos homeschooling ou educação em casa.

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