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Quando se trata de educar em casa, cada família tem as suas próprias preferências e necessidades únicas. Para algumas, o “unschooling” pode parecer uma abordagem muito descontraída, especialmente se estiverem acostumadas com estrutura e tempo de trabalho sentado. Mas será que o “unschooling” é realmente apenas deixar a criança explorar, ou elas precisam de tempo para sentar e aprender?

É verdade que o “unschooling” enfatiza a liberdade de explorar os interesses individuais da criança e aprender de forma autodirigida. No entanto, isso não significa que não haja espaço para períodos de aprendizado mais estruturado. Muitas famílias que praticam o “unschooling” incorporam uma variedade de atividades e experiências de aprendizado, incluindo tempo para sentar e trabalhar em atividades mais direcionadas.

É importante reconhecer que o “unschooling” não é uma abordagem de “faça o que quiser”, mas sim uma filosofia educacional baseada na confiança no processo natural de aprendizado da criança. Isso significa que, mesmo que não haja uma programação rigorosa ou lições formais, as crianças estão constantemente aprendendo e crescendo por meio de suas experiências cotidianas.

Quanto à preocupação de que as crianças possam se acostumar apenas a explorar e brincar, sem fazer nenhum trabalho acadêmico, é importante lembrar que o “unschooling” não exclui completamente o aprendizado mais formal. À medida que as crianças crescem e desenvolvem interesses mais específicos, é natural que busquem oportunidades para se envolver em atividades mais direcionadas e desafiadoras. Além disso, é crucial que o ambiente familiar e social seja condutivo à aprendizagem livre através de ofertas de cantos educativos como espaço de leitura, carrinho de atividades artísticas, desportos e oportunidades de socialização.

Para crianças mais velhas, especialmente com 8 anos ou mais, pode ser benéfico encontrar um equilíbrio entre o tempo de exploração livre e o tempo de trabalho mais estruturado. Isso pode envolver a incorporação de atividades como leitura, escrita, matemática e estudos sociais no seu dia a dia através de atividades lúdicas, mantendo espaço para a criatividade, a curiosidade e a autoexploração.

Em última análise, a decisão de adotar o “unschooling” ou qualquer outra abordagem educacional deve ser baseada nas necessidades e preferências individuais da família. Se valoriza a estrutura e o tempo de trabalho sentado, é perfeitamente possível incorporar esses elementos ao “unschooling” de uma maneira que funcione para si e para os seus filhos. O importante é encontrar um equilíbrio que promova o crescimento, a aprendizagem e o bem-estar de todos os envolvidos.

Referências

  1. Gray, P. (2013). Free to Learn: Why Unleashing the Instinct to Play Will Make Our Children Happier, More Self-Reliant, and Better Students for Life. New York, NY: Basic Books.
  2. Martin-Chang, S., Gould, O. N., & Meuse, R. E. (2011). The Impact of Unschooling on Academic and Personal Development: Evidence from a Large Survey of Homeschooling Families. Journal of Unschooling and Alternative Learning, 5(10), 25-42.
  3. Farenga, P., & Ness, D. (2006). The Unschooling Handbook: How to Use the Whole World as Your Child’s Classroom. New York, NY: Three Rivers Press.