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Quando falamos sobre a educação frequentemente confundimos com escola e ensino. Associamos a locais como escolas e universidades, ou empregos como professor, instrutor ou formador.

O problema é que ao procurarmos passar conhecimento aos demais, acabamos com escolas, professores e métodos pouco eficientes, e algo que quase não se possa chamar de educação. Tentamos introduzir informação em massa nas pessoas seguindo um plano que outrem delineou.

Clarifiquemos então os termos que frequentemente se utiliza de forma intercambiável —“aprendizagem,” “educação,” e “escola”— cada qual com diferenças distintas.

Aprender é o processo de aquisição de novas compreensões e habilidades. Educação é um sistema organizado de aprendizagem, enquanto que escola é uma comunidade de aprendizes: um grupo que se junta de forma a aprender em conjunto e uns dos outros.

As crianças têm uma curiosidade nata, nascem naturalmente com o gosto pela aprendizagem, elas fazem-no de forma espontânea, o que nos leva aos problemas e dificuldades com a educação e ainda maiores com a escola.

Nas palavras de Gray (2008): “No início, durante centenas de milhares de anos, as crianças educaram-se através do jogo autodirigido e da exploração.”

O Instinto e a evolução da Educação

Se analisarmos as evidências de antropologia, as crianças das culturas de caçadores-coletores aprendiam tudo o que necessitam para serem adultos eficientes através da brincadeira livre e exploração. Os adultos dessas culturas permitiam que as crianças o fizessem de forma ilimitada, e reconheciam a sua importância para o bom desenvolvimento integral das crianças.

Ao saltarmos para a era da agricultura, e posteriormente da indústria, as crianças mudaram drasticamente de cenário, passando de exploradores ávidos, a trabalhadores forçados.

A brincadeira e a exploração livre foram suprimidas para dar lugar ao preenchimento das necessidades e desejos do mundo dos adultos.

Por diversas razões, tanto religiosos como seculares, trouxeram a ideia de uma educação universal e compulsória que se foi espalhando pelo mundo pouco a pouco. A educação passou a ser vista como uma inculcação persistente e forçosa de morais e valores de acordo com ideais desenhados pelos mais “nobres”.

Após a 2ª Guerra Mundial, as escolas eram um meio “necessário” para incumbir conhecimento, formando trabalhadores prontos a produzir para a alta sociedade. Este rumo tornou-se standard para homens e rapazes de forma a que pudessem obter um trabalho e suprimir as suas necessidades básicas.

“Assim, a educação torna-se um ato de depósito, no qual os alunos são os depositários e o professor é o depositante. Em vez de comunicar, o professor emite comunicados e faz depósitos que os alunos pacientemente recebem, memorizam e repetem. Este é o conceito de educação ‘bancária’.” (Freire, 1970, p. 72)

Com a escola e a educação em massa surgiram diversos métodos de propagação da educação, passando de apenas modo presencial (face-a-face ou F2F), a métodos como o ensino à distância (EaD), e ensino hibrido.

O que é o método F2F

_ método F2F foi o método predileta, e mantém-se como primeira escolha, no entanto, este traz consigo dificuldades como dificuldades de escalabilidade e ineficiência. O método F2F pode ser melhorado se, a abordagem for ajustada, passando de um modelo puramente de depósito de conteúdo a um meio mais didático, lúdico, com debates, entre outros.

Bates (2015) reconhece que o ensino presencial continua a ser essencial para certas disciplinas ou objetivos de aprendizagem, especialmente aqueles que exigem prática, como procedimentos médicos e artes performativas.

Com a evolução das novas tecnologias o ensino à distância surgiu, e com isso novas metodologias de aprendizagem que trazem tanto benefícios quantos desafios.

A educação presencial vê-se privilegiada pela interação direta e o controlo do ambiente por parte do professor. No entanto, as restrições geográficas e temporais colocam-se como fator importante a ter conta. Além disso, na sua maioria, o ritmo e estilo de aprendizagem de cada aluno não é tido em conta, seguindo-se um método pouco eficaz e monótono.

Compreendendo o EaD

O ensino à distância é algo recente onde a educação não se restringe a horários nem local físico, e permite uma aprendizagem personalizada e ao ritmo de cada aprendiz. Além disso, os elementos multimédia e discussões assíncronas permitem entregar conteúdo complexo de formas mais didáticas e eficaz, enquanto encorajam aprendizagens refletivas e acomodam diversos estilos de comunicação.

O EaD traz também consigo contrapontos, como a isolação e acessibilidade. A educação digital e adaptação dos sistemas educativos para uma melhor acessibilidade devem ser tidos em conta. Com o desenvolvimento do EaD chegamos ao método Híbrido, uma junção do F2F e EaD que visa colmatar as lacunas de ambos. Para que o método híbrido funcione eficazmente é necessário alinhar os dois métodos de forma bem estruturada e pensada de forma a que a experiência não se veja fragmentada.

Com as novas tecnologias vemos o mundo online a se desenvolver e abrindo portas à educação oferecendo benefícios como a flexibilidade e acesso sem limites de localização. Iniciou-se um surgimento de plataformas digitais e recursos multimédia capazes de revolucionar como se aprende e como se pode aumentar a qualidade e quantidade da aprendizagem num curto espaço de tempo.

Alguns dos desafios deste novo método educativo em constante movimento prende-se com o isolamento e a exigência de autodisciplina, e capacidades de planificação e organização por parte dos estudantes.

A Fusão de F2F e EaD

Com os amplos benefícios das novas tecnologias e do ensino à distância, o ensino hibrido tem vindo a ganhar popularidade. A fusão veio proporcionar a possibilidade de se realizar atividades presenciais que carecem de interação direta ou práticas laboratoriais, e oferecendo em simultâneo a flexibilidade e acesso a recursos digitais.

Conclusion

Em pleno ano de 2024 as novas tecnologias invadiram a vida de todos os seres humanos e vieram para ficar. Através delas recebemos novas possibilidades educativas, mas também novos desafios. Quer obtemos pelo método “tradicional” ou um dos novos métodos, F2F e híbrido, cada qual merece especial atenção na sua gestão e planificação de forma a que a educação mantenha o seu foco e traga mais benefícios do que desvantagens.

Bibliografia

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